Todo o esforço de uma equipe é quase sempre direcionado para o produto principal. Criar uma experiência de usuário fantástica requer muitas horas de trabalho – quase sempre de mais de um profissional.
Embora emails ou campanhas de emails sejam ferramentas periféricas de um produto, emails também podem – e devem – ser encarados como produtos a parte. Sendo assim, também podem receber um tratamento especial de UX.
Um email geralmente carrega uma possibilidade de conversão e, para conseguir que as pessoas completem essa ação, a prioridade é o conteúdo. Mas parágrafos e títulos persuasivos perdem efeito se a experiência do usuário deixa a desejar.
Melhorando o design de emails
Vamos descobrir até que ponto as regras de UX podem nos ajudar a criar a experiência perfeita. Nesse artigo trataremos de 5 pontos principais que você pode incorporar como um checklist em seu fluxo normal de trabalho.
- Utilidade
- Desejabilidade e valor
- Usabilidade
- Encontrabilidade
- Acessibilidade
1. Utilidade
Um email precisa ser útil para o remetente e para o destinatário.
Um email deve ser útil para quem o envia e, principalmente para quem o recebe. Se o seu email tem um propósito banal ou ausente para quem o receberá, pense duas vezes antes de enviá-lo.
2. Desejabilidade e valor
Seu email deve ser desejável, e seu valor deve ser notado rapidamente.
Seu email já é útil, agora ele deve ser desejável. Ofertas, giveaways (brindes), convites para período de testes, boas notícias, atualizações relevantes e informação rica são coisas que as pessoas desejam receber e vão se engajar.
O valor de um email
A percepção de valor, de um modo geral, tem a ver com o retorno direto de um investimento, que pode ser dinheiro, tempo ou outro recurso. No caso de um email, o tempo gasto para abrí-lo e clicar em links internos gera expectativas que precisam ser correspondidas e, melhor ainda, ultrapassadas.
3. Usabilidade
Simplificando seus emails ao máximo.
Cada cliente de email (Gmail, Yahoo Mail, Outlook, etc) tem suas regras e pode ser customizado pelo usuário. Uma configuração comum em vários clientes de email é a que impede o carregamento de imagens e outros elementos de HTML.
O ideal no design de emails é criar layouts que não sejam dependentes de elementos que podem ser bloqueados. Emails totalmente baseados em imagens, por exemplo, podem ter a exibição completa comprometida, dando lugar a um layout incompreensível e com ausência de conteúdo.
Emails otimizados para o ambiente mobile
Um dos detalhes mais importantes hoje, não só para emails, mas para qualquer produto na web é a otimização para telas pequenas. As pessoas ainda não têm o hábito de escrever emails grandes no celular; o comportamento mais comum é ler emails e pré-selecionar emails importantes na caixa de entrada.
“Zerando” a caixa de entrada
Clientes de email para celulares e tablets, como o Inbox by Gmail e o Mailbox facilitam a triagem de emails na caixa de entrada, que é o comportamento mais comum quando acessamos nosso email por meios mobile. Geralmente é exibido um preview do conteúdo de cada mensagem e as ações disponíveis para o usuário são favoritar para ler depois ou arquivar a mensagem. Quando seus emails não são mobile friendly, as chances de serem arquivados e nunca lidos aumentam.
4. Encontrabilidade
Quando o mais importante é não cair na caixa de spam.
Um risco que sempre acompanhará qualquer campanha de emails é cair na caixa de spam. A caixa ou aba de spam é uma espécie de limbo dos emails onde, uma vez lá dentro, um email provavelmente nunca mais será lembrado e encontrado.
Como não cair na caixa de spam
Seu checklist básico para não cair em abas indesejadas:
- Não compre listas de email;
- Evite palavras de risco no conteúdo. Veja aqui uma lista de palavras de risco;
- Use provedores de serviços de emails (ESPs) confiáveis;
- Evite truques sujos, como o hashbusting, clickbaiting e outros;
- Mande emails com frequência; trabalhe o relacionamento.
Você também pode usar serviços como o Mail-tester e o IsNotSpam, que verificam esses fatores e podem fornecer mais dicas de como não cair na caixa de spam.
Sobre as leis de spam no Brasil
No Brasil ainda não existe nenhuma lei reguladora de emails, ou seja: nós não temos nossa lei de spam própria. Isso explica em parte o cenário atual onde é comum receber emails indesejados de fontes nas quais nunca nos inscrevemos.
Provedores de serviços de email como o Mailchimp, Mailpoet ou SendGrid costumam seguir o CAN-SPAM Act. Se você usa esses serviços, ou semelhantes, é bom ficar por dentro e evitar cometer infrações que podem até fazer com que sua conta seja suspensa.
5. Acessibilidade
Pensando nas pessoas e suas limitações.
Embora seja o último item dessa lista, não significa que você e sua equipe devam pensar nisso por último. Dependendo do público, a acessibilidade pode ser uma das suas prioridades.
Para pessoas daltônicas (cerca de 8% da população mundial) ou com alguma outra deficiência visual, seria ótimo receber uma versão em HTML puro de certos emails que poderiam ser lidos melhor por softwares específicos ou com cores que podem ser identificadas.
Hora de fazer testes, muitos testes!
Você pode começar testando a linha de texto do assunto assunto principal. No corpo do email você pode testar diferentes formatos (grid) e fontes. Monitore o progresso e resultados obtidos com cada teste AB e crie sua rotina de otimização.
Você pode explorar o conteúdo, diferentes abordagens, layout, imagens, CTAs e tudo que você consiga pensar que pode ser otimizado e pode melhorar a taxa de conversão. Algumas métricas importantes: taxa de unsubscribe, click-through rate (CTRs) e taxa de entrega para cada cliente de email.
Mensagem de email otimizada!
Design de emails é coisa séria e as possibilidades de otimização são tantas que podemos tratar cada nova mensagem como um produto a parte.
Quando um pessoa resolve se cadastrar para receber uma newsletter, é como se ele declarasse interesse por aquele conteúdo. Por trás de cada email na sua lista existe uma pessoa com expectativas que devem ser atendidas e, se possível, superadas. É isso que buscamos quando projetamos a experiência do usuário.