Usabilidade: Implementação da ISO 9241-11

A ISO (Organização Internacional de Normalização) é uma federação mundial de organismos nacionais de normalização. A preparação de Normas Internacionais geralmente é realizada por meio de comitês técnicos da ISO. Cada organismo membro interessado em um tema específico para o qual um comitê técnico foi estabelecido tem o direito de ser representado nesse comitê. Organizações internacionais, governamentais e não governamentais, em cooperação com a ISO, também participam do trabalho. A ISO colabora estreitamente com a Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) em todas as questões de normalização eletrotécnica.

A ISO reúne padrões internacionais que são desenvolvidos por comitês técnicos compostos por membros de diferentes países. Essa colaboração garante que as normas sejam abrangentes e relevantes para várias indústrias, facilitando a adoção global. Os Projetos de Normas Internacionais adotados pelos comitês técnicos são distribuídos aos organismos membros para votação. A publicação como uma Norma Internacional requer aprovação de pelo menos 75% dos organismos membros que votam.

Preparação da ISO 9241-11

Cada parte da ISO 9241 foca em um aspecto específico da interação humano-computador, oferecendo um guia completo para a criação de interfaces de usuário eficazes e confortáveis.

A Norma Internacional ISO 9241-11 foi preparada pelo Comitê Técnico ISO/TC 159, Ergonomia, Subcomitê SC 4, Ergonomia da interação humano-sistema. A ISO 9241 é composta por várias partes, cada uma focando em diferentes aspectos da ergonomia e usabilidade de terminais de exibição visual. A Parte 11, que se concentra na orientação sobre usabilidade, é particularmente importante para garantir que os produtos sejam eficazes, eficientes e satisfatórios para os usuários.

Objetivo da ISO 9241-11

O objetivo de projetar e avaliar terminais de exibição visual para usabilidade é permitir que os usuários alcancem seus objetivos e atendam às suas necessidades em um contexto de uso específico. A ISO 9241-11 explica os benefícios de medir a usabilidade em termos de desempenho e satisfação do usuário, medidos pela extensão em que os objetivos pretendidos de uso são alcançados, os recursos necessários para alcançar os objetivos e a aceitabilidade do uso do produto pelo usuário. A ISO 9241-11 enfatiza a importância de considerar a usabilidade desde o início do design do produto, focando na eficácia, eficiência e satisfação do usuário, para garantir uma experiência de usuário positiva e produtiva.

Procedimentos para Elaboração e Implementação

Para garantir a usabilidade de projetos de tecnologia seguindo a ISO 9241-11, é essencial estabelecer procedimentos claros e sistemáticos. A seguir, estão os principais passos:

Identificação do contexto de uso: Definir claramente os usuários-alvo, suas tarefas, equipamentos e o ambiente onde a interação ocorrerá. Coletar dados através de entrevistas, questionários e observação direta.

Especificação dos requisitos de usabilidade: Determinar os objetivos de usabilidade, focando na eficácia, eficiência e satisfação do usuário. Estabelecer métricas específicas para avaliar o desempenho e a satisfação.

Projeto e desenvolvimento: Integrar princípios de usabilidade desde o início do processo de design. Criar protótipos e wireframes para testes preliminares.

Avaliação de usabilidade: Realizar testes de usabilidade em diferentes fases do desenvolvimento. Utilizar métodos como testes com usuários, avaliações heurísticas e inspeções cognitivas.

Análise de dados e Refinamento: Analisar os dados coletados dos testes de usabilidade para identificar áreas de melhoria. Implementar refinamentos iterativos no design com base no feedback dos usuários.

Equipe Necessária para Controle de Qualidade de Usabilidade

Para implementar um controle de qualidade de usabilidade eficaz, é fundamental montar uma equipe multidisciplinar com funções como as especificadas abaixo:

Designer de UX (User Experience): Responsável por garantir que o design do produto seja intuitivo e centrado no usuário. Colabora na criação de wireframes, protótipos e testes de usabilidade.

Pesquisador de UX: Conduz pesquisas para entender as necessidades e comportamentos dos usuários. Realiza entrevistas, grupos focais e análises de dados qualitativos e quantitativos.

Analista de Usabilidade: Realiza avaliações de usabilidade e testes com usuários. Analisa os dados de usabilidade e oferece recomendações para melhorias.

Desenvolvedor Front-end: Implementa as soluções de design em código. Trabalha em estreita colaboração com os designers de UX para garantir que a interface seja funcional e visualmente agradável.

Gerente de Projeto: Coordena todas as atividades do projeto, garantindo que os prazos e os objetivos de usabilidade sejam cumpridos. Facilita a comunicação entre os membros da equipe e outras partes interessadas.

Avaliação de Interfaces do Ponto de Vista de Usabilidade

Avaliar interfaces do ponto de vista de usabilidade é um processo essencial para garantir que os usuários possam interagir com sistemas e alcançar os objetivos do negócio.

Identificação de Ruídos, Obstáculos e Barreiras

  • Ruídos: Refere-se a qualquer elemento na interface que possa distrair ou confundir o usuário, impedindo a realização de suas tarefas. Exemplos incluem anúncios excessivos, pop-ups desnecessários e informações irrelevantes. Para minimizar os ruídos, é importante manter a interface limpa e focada nas necessidades do usuário.
  • Obstáculos: São elementos ou características que dificultam a navegação ou a conclusão de tarefas. Isso pode incluir menus complexos, botões pequenos e difíceis de clicar, ou um fluxo de tarefas mal planejado. Avaliar a interface para identificar e remover esses obstáculos melhora a experiência do usuário.
  • Barreiras: São problemas mais graves que podem impedir completamente o usuário de alcançar seus objetivos. Exemplos incluem falhas técnicas, falta de acessibilidade para pessoas com deficiência, e problemas de compatibilidade com diferentes dispositivos ou navegadores. A remoção dessas barreiras é crítica para garantir a usabilidade.

Métodos de Avaliação

Utilize métodos reconhecidos para medir a usabilidade. Alguns dos métodos mais eficazes incluem:

System Usability Scale (SUS): Um questionário de 10 perguntas que fornece uma pontuação de 0 a 100 para medir a usabilidade do sistema. Este método é rápido, simples e amplamente utilizado para comparar diferentes sistemas​ (Skeepers)​.

Single Ease Question (SEQ): Uma pergunta simples feita após a conclusão de uma tarefa, avaliando a facilidade de uso do sistema. É uma maneira eficaz de obter feedback imediato sobre a dificuldade percebida da tarefa​ (SaaS UI/UX Design Agency – Eleken)​.

Análise de Erros: Medir a taxa de erros e a frequência de ocorrência de erros para avaliar a precisão com que os usuários completam as tarefas. Isso ajuda a identificar áreas problemáticas e melhorar a experiência do usuário​ (SaaS UI/UX Design Agency – Eleken)​.

Um método também amplamente utilizado para avaliar a usabilidade de interfaces é avaliar a partir das 10 heurísticas de usabilidade de Jakob Nielsen. Estas heurísticas fornecem um conjunto de diretrizes que ajudam a identificar problemas comuns de usabilidade:

  • Visibilidade do status do sistema: A interface deve sempre informar o usuário sobre o que está acontecendo através de feedback apropriado em tempo hábil.
  • Compatibilidade entre o sistema e o mundo real: A interface deve usar uma linguagem familiar para o usuário, com palavras, frases e conceitos que fazem parte do seu cotidiano.
  • Controle e liberdade do usuário: Os usuários frequentemente escolhem funções por engano e precisam de uma “saída de emergência” claramente marcada para deixar o estado indesejado sem ter que passar por um diálogo extenso.
  • Consistência e padrões: Os usuários não devem ter que se perguntar se diferentes palavras, situações ou ações significam a mesma coisa. Siga convenções da plataforma.
  • Prevenção de erros: Melhor do que boas mensagens de erro é um design cuidadoso que previne a ocorrência de problemas.
  • Reconhecimento ao invés de memorização: Minimize a carga de memória do usuário tornando objetos, ações e opções visíveis.
  • Flexibilidade e eficiência de uso: Acelere as interações de usuários experientes com atalhos ou formas de personalizar ações frequentes.
  • Estética e design minimalista: Diálogos não devem conter informações irrelevantes ou raramente necessárias. Cada unidade extra de informação compete com as unidades relevantes de informação.
  • Ajude os usuários a reconhecer, diagnosticar e corrigir erros: As mensagens de erro devem ser expressas em linguagem simples, indicando precisamente o problema e sugerindo uma solução.
  • Ajuda e documentação: Mesmo que seja melhor se o sistema puder ser usado sem documentação, pode ser necessário fornecer ajuda e documentação.

Criar um documento detalhado para medir a qualidade da usabilidade de um sistema é um passo fundamental para garantir que a interface do usuário seja eficiente, eficaz e satisfatória. A coleta e análise de dados através de entrevistas, questionários e testes de usabilidade são cruciais para identificar problemas e propor soluções que realmente atendam às necessidades dos usuários.

Para garantir a eficácia dessas práticas, é recomendável aprofundar o conhecimento sobre processos de design e qualidade de usabilidade. Existem muitos recursos valiosos disponíveis online e em publicações especializadas que podem fornecer insights adicionais e técnicas avançadas. Conhecer esses processos não só ajudará a melhorar a usabilidade de seus sistemas, mas também a desenvolver interfaces mais intuitivas e agradáveis para os usuários.

Se você deseja levar a usabilidade de seus projetos ao próximo nível, considere contratar uma consultoria especializada. Na Homem Máquina, nossa equipe de especialistas em design e tecnologia está pronta para ajudar a aprimorar seus serviços online através das melhores práticas de usabilidade e design centrado no usuário. Com nossa experiência e conhecimento, podemos colaborar para garantir que seus produtos não só atendam, mas superem as expectativas dos usuários, proporcionando uma experiência de uso excepcional.

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